Como gerir a produtividade da minha empregada

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A Sra. que vem cá a casa é do mais improdutivo que há,  se a anterior tinha tempo para limpar a varanda, os vidros e tudo o que aparentasse não estar nos seus elevados padrões de limpeza (gostava tanto de si… tinha que ficar grávida porquêL) esta não tem tempo nem disposição para nada, entre sopros e gritos abafados de um sofrimento fingido o tempo contratado vai-se.

Pois é, mas hoje não só limpou os vidros, a varanda, como arrastou alguns móveis,  sem ter sido ameaçada de pancada ou despedimento.

Quando saí de manhã, tendo plena noção da sua incompetência, disse-lhe:

-Dona L., limpe por favor melhor este quarto porque os meus pais vêm cá passar o fim de semana.

-Sim, sim menina.

Na hora de almoço chego a casa e ela toda feliz, relata-me tudo o que tinha feito e concluindo com a seguinte frase, com sotaque carregado do Porto:

- Sabe como é a mãezinha vem cá, até se assustava como a casa estava, que ia ela dizer do meu serviço?

O meu pequeno cérebro iniciou logo uma revolta assombrosa:

“…e não é que ela tem plena consciência da qualidade do seu trabalho… a minha mãe não pode ver porcaria e eu posso, mas afinal quem é que te paga eih, terei assim tão cara de mansa, hurr espero que tenhas noção que a partir de hoje a minha mãe vem todos os fins de semana, humn se calhar todos os fins de semana não se não voltas a ficar improdutiva…”

Mas como dócil carapau, na esperança que a Sra. encarasse isto como um incentivo positivo, limitei-me a dizer:

- Obrigada D. L. fez um bom trabalho.